Quando eu era criança, acreditava que o Japão ficava atrás da Serra do Mar. É claro que não tinha esse raciocínio naquela época, mas, olhando em retrospecto, consigo entender a geografia delirante da minha infância.
Cresci em Cubatão e, no bairro onde eu morava, essa cadeia montanhosa era o ponto mais distante que a vista poderia alcançar. Logo, fazia todo sentido dizer que, se o mundo terminava ali, o solo nipônico ficava exatamente do outro lado.
Já acreditei que qualquer um podia escrever em japonês, bastava caprichar nos traços. Para mim, era certo (como dois e dois são cinco) que as pessoas nasciam com um nome que, assim como a personalidade do indivíduo, era alterado com o passar dos anos.
Na minha cabeça, cada um seria uma espécie de Pokémon, que mudaria a cada fase evolutiva. Esse outro devaneio também não deixa de ter certo sentido ("A única certeza da vida é a mudança")
A lista das minhas sandices infantis é extensa (os mais ferinos podem até comentar que ela explica muita coisa...). Durante um tempo, pensei que, no passado, todos viviam em preto-e-branco. Tinha absoluta convicção de que era possível ultrapassar a idade dos meus amigos e me tornar mais velho, com um pouquinho de esforço.
Houve época em que eu poderia ter apostado com qualquer um que o Elton John, o John Lennon, a Olivia Newton-John e o John Travolta eram primos.
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008
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2 comentários:
Texto lindo.poetico,sonhador,futurista........enfim.bem vc Val.O blog está otimo,fica o meu protesto apenas a estrela que a acompanha,inevitável não associar.....tire ela.vc é a estrela na escuridão desse mundinhino de vagalumes.Bjo da Mãe suzi
Qdo vagabundo sabe escrever bem, quase tudo fica agradável de se ler...
Dojitenko tem talento...bastante talento.
E memória...vai lembrar dos pensamentos da infância assim lá na casa do...dele mesmo.
Entra nesse blog aqui tb
http://www.drivev.com.br/blog/index.html
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